Plano excelente, execução medíocre [La Casa De Papel]

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     ATENÇÃO! ESSE TEXTO POSSUI SPOILERS.




     La Casa de Papel tem ficado cada vez mais popular. O maior motivo disso, de longe, é o homem por trás do que seria o maior assalto da Espanha, o Professor. Entretanto, apesar do plano ter uma excelência sobre outros planos de outras ficções, a execução desse roubo foi algo parecido como "A Grande Família".

"Essa família é muito unida e também muito ouriçada"

     Os maiores problemas na execução desse plano se resolveriam com alguns questionamentos, como: "Essas pessoas são insubstituíveis?", "É possível encontrar pessoas mais experientes?", "É inteligente deixar pessoas impulsivas interagindo em um ambiente de muito estresse?". O Professor merece muitos pontos pela elaboração do assalto, mas eu acho muito difícil chamar de gênio alguém que tenha a convicção de que pessoas instáveis, não todas, conseguiriam manter o plano e, principalmente, que não consegue controlar seu ego, nem o amiguinho lá de baixo. ( ͡° ͜ʖ ͡°)

     Ao meu ver, somente 3 das 8 pessoas escolhidas pelo Professor foram precisas! A primeira, e a mais importante, é o Berlin. Eu sei que as vezes ele age de maneira meio sociopata, mas num geral, ele é o mais controlado de todos, o único que segue o plano a risca e, em alguns momentos, ele tem um poder de liderança maior que o Professor. As outras duas pessoas são Oslo e Helsinki. Todo líder precisa de empregados de confiança que não questionam e fazem o que é mandado. 
     Quanto aos outros, TODOS tem problemas psicológicos muito sérios, a começar pela Tokyo. Ela é muito impulsiva, não pensa antes de fazer NADA, e tais atitudes acabaram ocasionando a morte de Moscow. Sem falar que ela foi o estopim para o plano começar a dar errado logo no início. 
     Não tão distante, está o Rio. O problema deste é a imaturidade. Do primeiro episodio até o último ele não consegue ter uma visão geral do assalto e as consequências do mesmo, como, por exemplo: confiar em uma refém ou ajular os refém em uma fuga falha que poderia ter causado a morte do Denver. 
     Nairobi, a moça que tenta um controle baseado na bondade, ou seja, a iludida. Ela também tem um problema de impulsividade que se soma a sua adrenalina, que é mostrada quando ocorre alguma "vantagem", ocasionando em atitudes impensadas e descuidadas.
     Denver, o nervosinho que no final das contas não faz NADA. Não da pra confiar numa pessoa que ao ser provocado por um refém aceita entrar em um troca de socos que poderia te-lo matado. Isso sem contar o fato dele ser um ex-viciado. 
     Moscow, excelente trabalhador, mas muito emotivo. Esse é um personagem que me deixa intrigado, pois talvez o problema dele é ter o Denver por perto. Na série ele faz seu trabalho de maneira muito eficiente... Até seu filho começar a fazer merda.

     Eu sei que todos meus exemplos aconteceram quando o assalta já estava ocorrendo, mas é errado pensar que tais acontecimentos eram imprevistos. O Professor teve tempo para investigar seus "empregados". A Tokyo já era impulsiva antes do assalto, o Rio quase saiu da missão por ser imaturo.
     O professor começou a executar o plano, pelo que é mostrado na série, há pelo menos 5 anos, quando o túnel começou a ser cavado pelos sérvios, os quais se mostraram muito profissionais nas poucas aparições. E aí que entra minha principal pergunta:

Por que TENTAR treinar pessoas descontroladas quando já
 se tem um grupo de profissionais prontos para o trabalho? 

Os sérvios

     Eu gostei da série e sei que sem esses personagens ela não existiria, mas, olhando o plano de maneira isolada, EU ME RECUSO A CHAMAR O PROFESSOR DE GÊNIO, pois todos os erros do mesmo não estavam no papel, mas sim nas escolhas, na execução. 
     De fato, Sergio Marquina é uma pessoa inteligente, mas nada além disso.



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